Campus Laranjeiras da UFS ensina uma lição!

O CAMPUS-LARANJEIRAS PROVOU: SOMENTE ATRAVÉS DA MOBILIZAÇÃO É POSSÍVEL ARRANCAR VITÓRIAS!

Os estudantes de Laranjeiras manifestaram mais uma vez seu cansaço frente à situação precária de seus cursos e das condições do campus universitário. O campus de Laranjeiras não tem Restaurante Universitário, não tem Casa de Estudante, não tem projetos específicos para Dança e Teatro, nem transporte intercampi e sofre diariamente com assaltos às residências universitárias e com a volta para casa. Os estudantes perderam a paciência com essas e outras problemáticas e ocuparam a reitoria por três dias, iniciando na terça-feira, 4.

Ficou provado que somente quando os estudantes se organizam e se movem juntos para lutar é possível avançar em conquistas! Parte desse sentimento, certamente, cresceu com as lições de junho, de que lutando se vence, de que quando estamos juntos, nossas palavras-de-ordem ecoam mais alto e se fazem ouvir.

Os estudantes de Laranjeiras fizeram atos pelo campus de São Cristóvão, inclusive na reitoria e lá pernoitaram, preparando suas pautas, até que fossem recebidos pela administração. O campus está dentre os mais precarizados, em decorrência da expansão universitária; com isso faltam projetos de extensão, transporte, restaurante e casa de estudante. Toda a demanda foi formulada em uma carta-compromisso assinada pela reitoria.

A luta não pode parar por aí! Deve continuar cobrando e mobilizar ainda mais os estudantes de toda UFS pelas pautas históricas que ainda seguem acumuladas desde a greve de 2012. Os trabalhadores da educação já apontam para iminentes mobilizações de várias categorias, inclusive com grandes marchas à Brasília, encontros nacionais e indicativos de greve. Devemos nos somar e estabelecer uma grande aliança com os trabalhadores para fortalecer estas próximas lutas, que estão alimentadas pela potência demonstrada pela juventude que tomou as ruas no meio do ano passado. A ANEL é parte disso!

Segurança no campus: uma demanda que exige um debate cuidadoso
Há, na maioria das vezes, um grande despreparo das comunidades que recebem os campi nos interiores. Isso reflete num cotidiano regado a inaceitação, chacotas ou mesmo de uma onda de criminalidade que toma conta da região, causada pelo rompimento de um alicerce básico ao qual a educação deve estar voltada, que é sua íntima relação e referência na sociedade.

A PM não é nossa aliada, independente de onde ela vá atuar. É preciso observa-la como um elemento paliativo, militarizado e perigoso que reforça o sentimento da comunidade como inimiga, a ser monitorada e reprimida, retirando a responsabilidade da universidade sobre a segurança, esta que deve pautar uma guarda universitária preparada para lidar com os estudantes e a comunidade de entorno.

A juventude que foi e vai às ruas lutar por seus direitos, esbarrando diariamente pela repressão do estado materializada nas bombas e elastômeros da PM, não pode acreditar nesta como solução para o problema de sua própria segurança, apesar na grande necessidade concreta que não pode nunca ser ignorada. Porém, essa medida trata de consequências e não de causas. Além de defendermos a desmilitarização da PM, nós da ANEL, somos terminantemente contra a polícia militar no campus universitário, compreendendo este como o espaço físico em que os estudantes circulam necessariamente entre o próprio campus, residências universitárias, restaurante e terminal de ônibus.

A interiorização dos campi, visto como elemento extremamente positivo no que tange à possibilidade do acesso ao ensino superior pela população que sempre teve de migrar para a capital para fazê-lo, encontra seu ponto mais frágil nessa realidade. Uma realidade em que, desde a disputa desleal pelas vagas (há mais gente de fora do que destas próprias cidades), até as intensas dificuldades e empecilhos na formação (pela falta de estrutura), se esbarra com um projeto débil de educação que não é prioridade de governo.

A assistência estudantil ainda é administrada de maneira extremamente irresponsável na realidade sergipana. Sem casa de estudante (para que a universidade se responsabilize pela segurança e pela permanência dos estudantes até sua completa formação), sem restaurante universitário (com responsabilidade da universidade pública em garantir plenas condições de permanência e de aprendizado) e muito menos de apoio psicológico, material e pedagógico para a formação de bons profissionais, fica evidente que nossa luta acaba de começar. Precisamos fortalecer a nossa organização e lembrar sempre de que assistência estudantil não é caridade.

Para tudo isto, é preciso entender onde a nossa educação está situada, identificar nossos aliados e enfrentar nossos inimigos, pois a luta aqui em Sergipe acontece em todo Brasil.
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A educação brasileira não vai bem!
Uma saída coletiva para os problemas do campus de Laranjeiras!

Durante a ocupação, a gestão do DCE se aproximou bastante dos estudantes mobilizados, uma relação muitíssimo importante visto o histórico da entidade há anos controlado pela UJS/UNE. Porém, muitas das respostas que parecem soluções definitivas para as suas demandas, diante de tudo que levantamos ao longo desse documento, já se mostram frágeis, pouco profundas e até mesmo perigosas.

A luta dos estudantes de Laranjeiras poderia ter catalisado uma ação em cadeia com o fortalecimento das pautas dos estudantes de todos os campi. Porém, não houve uma proximidade do conjunto dos estudantes de São Cristóvão para além do apoio.  Seria fundamental a participação e ampliação das pautas da assistência estudantil – um debate que poderia ter sido o gerador de um processo de mobilização no conjunto dos campi, todos carentes desse debate.

Não ter tocado o processo dessa forma evidencia que a política tímida da atual gestão ainda mascara a situação que envolve a UFS, e indo mais além, a educação pública no país. Para além de “acordar”, a gestão precisa se posicionar claramente ao lado da luta dos estudantes no estado que não pode estar dissociada da crítica severa ao governo que intensifica cada vez mais as debilidades da educação brasileira que acontecem por falta de prioridade. Uma pauta clara do movimento estudantil combativo do qual a ANEL faz parte é o investimento dos 10% do PIB para a educação pública já, para que tenhamos garantia de ensino e formação de qualidade.  A educação precisa ser prioridade do governo do país em 88º no ranking da Unesco/2011, mas que não abre mão da Copa dos ricos.
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UM CHAMADO DA ANEL À JUVENTUDE QUE SONHA E LUTA, EM ESPECIAL, AO CAMPUS DE LARANJEIRAS!
Vem aí a 8ª Assembleia Nacional da ANEL, em São Paulo. Um espaço nacional que acumula as experiências de várias lutas de estudantes de todos os níveis de ensino, em todos os estados brasileiros. Um espaço que, assim como foi o II Congresso Nacional de maio de 2013, vai armar os estudantes de todo Brasil para as próximas lutas, que não serão fáceis neste ano de Copa do Mundo e de eleições. A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, convida você a conhecer essa entidade independente política e financeiramente de governos e reitorias, que sempre esteve e estará nas ruas, com a força e rebeldia de quem não se vende e não se rende.


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